quarta-feira, 25 de junho de 2014

[Crítica] Transcendence - A Revolução


Estava tentando me lembrar do último filme protagonizado por Johnny Depp que eu tenha realmente gostado. Tem quase 10 anos (visto que fora em Em Busca da Terra do Nunca) que o ator não apresenta algo representativo do talento que aparentemente tem. Depois de uma sequência de filmes com Tim Burton, o ator até se mostrou uma persona cômica divertida no último do Gore Verbinski (mesmo eu achando O Cavaleiro Solitário um tédio). E não bastasse a escolha de projetos duvidosos -e os fracassos de bilheteria- eis que Depp resolve aceitar ser protagonista de um sci-fi dirigido pelo diretor de fotografia dos filmes do Christopher Nolan. Na tentativa de sair da sombra de personagens-oscilação do Jack Sparrow, Transcendence assume em sua premissa, para além de ser a possível projeção de Wally Pfister em Hollywood, a responsabilidade de se levar Depp a sério.


Dramalhão daqueles bem vergonhosos, que respiram o brega numa forma até inevitavelmente divertida, o filme em questão é um caça-níquel que não deu muito certo. Emulando toda aquela construção de suspense que fez dos filmes do Nolan divisores d’água na década passada, e trazendo por através de uma trama que se quer ser sóbria, sem os princípios básicos narrativos, Transcendence pode se vangloriar de possuir uma das fotografias mais belas do ano, e nada além disso. Elenco emprestado dos filmes do Batman, e uma trama que mistura qualquer filme do Nolan com a tentativa de superação do mesmo, Transcendence até tem em seu enredo uma interação bacana entre o homem e a tecnologia, mas tamanhos são os equívocos narrativos e a forma como tudo acaba num drama barato e sem propósito, que a essência do filme se resume num mero fetiche visual. A fotografia distópica, unida a enquadramentos que exprimem o virtuosismo fotográfico do diretor, dão o contorno denso que a trama pede, mas o que falta aqui é uma visão propriamente cinematográfica desses ingredientes. Além disso, a falta de um conflito primário, que desenvolva a trama ao seu redor, deixa todo o pilar narrativo desestruturado; saturado de soluções vazias, e uso abusivo de diálogos verborrágicos. Ademais, parece que elenco e filme constrõem-se diante da dramaturgia paralelamente. Usando o overacting quase  como uma válvula de escape para que o filme não acabe tão apático quanto a performance de Johnny Depp, Transcendence assume-se apenas como uma cópia (in)fiel e nenhum pouco deslumbrante da cinematografia do Christopher Nolan. E se existia alguma empatia com o projeto, pelo envolvimento do diretor na produção do mesmo, ao fim da sessão, fica a reflexão de que o próprio Nolan é um maestro de qualidade duvidosa.

Transcendence - A Revolução (★1/2)
Estados Unidos, 2014, 110 min.
De Wally Pfister
Com Johnny Depp, Morgan Freeman, Rebecca Hall, Paul Bettany, Cillian Murphy





[Crítica] Vizinhos


Desde que vi o videoclipe de Lookin’ Ass, da Nicki Minaj, lá no começo do ano, estive inquieto com a forma irreverente, e ao mesmo tempo consciente, a qual Minaj se expõe por rimas tão violentamente realistas, quanto propriamente tragicômicas. Não leva pouco mais que dois minutos para que Minaj transforme sua expressão feminista num discurso bem mais profundo (e subversivo) da falta de senso do rap quanto à ela mesma. Numa veia que está mais próxima ao politicamente incorreto do que na transgressão de gênero, Lookin’ Ass é praticamente um atestado de autosatisfação, qual Minaj não se importa de ser objeto-de-voyerismo, até porque ela sabe o quão imponente é, mas é essencialmente em sua postura destemível, e na agressividade contida de cada rima que exprime, que ela encontra uma forma de mostrar sua visão sobre o feminismo através do rap, e para além dele, sem precisar se vitimizar pela própria diluição do gênero.


Em contraponto à expressão artística da Minaj, sempre tive uma visão parecida em relação a comicidade do Seth Rogen. Caricatura de si mesmo, e sempre irreverente quanto a própria diluição cômica, Rogen provou ser bem mais que uma risada forçada, ou uma babaca carismático, ao longo das dezenas de filmes que fez em parceria com Judd Apatow e outros diretores do gênero. Dito isso, é estranhamente decepcionante vê-lo tão confortável numa produção como Vizinhos. Direção de Nicholas Stoller (do ótimo 5 Anos de Noivado), e produzido pelo próprio Rogen, Vizinhos é uma daquelas comédias em piloto automático que possui todos os ingredientes (maconha e piadas infâmes rolam soltas aqui) para ser sucesso de público e crítica, mas que falha essencialmente por se construir nessa ilusão. Um pacote de atores que lidam comumente com estereótipos é colocado diante duma trama que parece não querer dizer muita coisa, apesar de ser explicitamente idealista em sua moral. Sobrecarregado de soluções inconsistentes, tanto no que diz respeito à Zac Efron ser uma espécie de boy toy presunçoso com medo do próprio futuro, como o ideal familiar em contraponto de um fetiche do politicamente incorreto, Vizinhos soa como uma continuação desenfreadamente esperta e sem propósito de Ligeiramente Grávidos, de Judd Apatow, só que sem toda a genialidade e sensibilidade do mesmo. É curioso, aliás, como a falta de Apatow na produção empobrece a dissolução concomitante cômica e dramática de Stoller, que ao contrário daqui, tinha sido bem mais singelo e crível em 5 Anos de Noivado. Apostando em piadinhas espertas e referências pop, que mesmo bem estruturadas e (quase) sempre consistentes, são meramente um alívio cômico; a trama de Vizinhos é um espetáculo de banalidades desprovido de qualquer consciência, estética ou narrativa, qual se justifica somente pelo deslumbre de Stoller e Rogen, e um cinismo que se quer ser inteligente. Apesar do enredo fértil e das situações promissoramente divertidas, Rogen e Stoller -ao contrário de Minaj, que soube diluir sua imagem de forma extremamente inventiva- assumem em Vizinhos uma versão bem menos interessante, e discutivelmente emblemática, de si mesmos. 

Vizinhos (★★1/2)
Estados Unidos, 2014, 100 min.
De Nicholas Stoller
Com Zac Efron, Seth Rogen, Rose Byrne, Dave Franco



[Crítica] Muppets 2 - Procurados e Amados


Talvez minha maior decepção com os Muppets 2 tenha sido com o fato deste ser o segundo projeto com envolvimento do Nicholas Stoller que não me agradou no ano. Mesmo gostando muito do primeiro filme, e tendo um carinho especial pelo elenco –Tina Fey e Ty Burrell-, fui pra sessão sem expectativas, esperando apenas ser surpreendido positivamente novamente. Apesar de nenhum atrativo especial, confesso que o filme é até bem agradável, e possui participações das mais divertidas em produções desse gênero. Entretanto, o resultado acaba sendo inofensivo, para além de ser talvez a obra mais descartável da temporada, junto com produções como Vizinhos e A Culpa é das Estrelas –ambos de efeito efêmero.


Brincando com a própria faceta de continuação de filme rentável, daqueles que Hollywood só faz mesmo pra ganhar uma graninha extra de meio de ano, essa sequência d’Os Muppets surge na sombra dos filmes que são espertos (ou apenas acreditam ser). Trazendo os bonecos cantantes numa trama de filme de espionagem, o roteiro redondinho brinca com a ideia do sucesso passageiro da trupe, assumindo uma espécie de subversão da própria linguagem narrativa. Sobrecarregado daquele velho discurso americano de autoimportância, o filme explora através de uma turnê mundial dos Muppets a ironia ianque, digna de um especial do South Park, com clichês e estereótipos globais, que parecem satisfazer apenas o público americano. Não que isso seja um problema para o filme, já que ele não esconde tal projeção de si, mas me é decepcionante a forma como elenco e roteiro subestimam a própria genialidade. Piadinhas das mais óbvias, e aquele conformismo cômico de comediante confortável com o próprio status, filme e elenco não arriscam nada além da barreira pré estabelecida pela visão (conservadora) do estúdio (?). O que falta aqui é aquela fluidez espontânea e harmônica que fez do primeiro filme uma irretocável experiência nostálgica, através dum olhar despojado sob a relação dos muppets com os humanos. Sem retocar a sensibilidade antes experimentada, a sequência aposta mesmo nas personificações caricatas de Gervais, Fey e Burrell, que bricam com seus personagens e as técnicas de grandes comediantes-atores que são (digo, Fey e Burrell). Sem nenhum atrativo que não as incontáveis participações especiais –de Christoph Waltz à Lady Gaga-, o filme de James Bobin acaba sendo um mero esquete engraçadinho, que ninguém lembrará daqui umas semanas.  

Muppets 2 - Procurados e Amados (★★1/2)
Estados Unidos, 2014, 107 min.
De James Bobin
Com Tina Fey, Ricky Gervais, Ty Burrell



sexta-feira, 20 de junho de 2014

Clint Eastwood e a imagem cinematográfica

Semana que vem chega aos cinemas o novo filme do Eastwood, Jersey Boys. Tinha pensado em fazer uma retrospectiva dele (ou ao menos dos filmes que acho mais importantes na sua cinematografia), mas pela falta de tempo (e também de inspiração), acabei preferindo escrever sobre O Estranho Sem Nome, que, inconsequentemente, acaba sendo a obra prima que melhor consegue definir toda a carreira do Eastwood ator e diretor. 



Como qualquer western pós-Fordiano da Nova Hollywood, O Estranho Sem Nome também assume em sua mise en scène a célebre analogia do Cinema de John Ford que diz “quando a lenda se torna fato, publica-se a lenda”. E é na odisséia iniciada aqui que Clint Eastwood (des)constroi a imagem moldada por através dos filmes feitos com Sergio Leone e Don Siegel, além de encontrar em cada plano uma maneira de moldar-se quanto ser cineasta e, acima de tudo, espectro de um homem sem face.





Logo na primeira cena, o sol escaldante desconfigura a imagem que surge no horizonte do deserto como um fantasma. Um homem de barba, aparência singular, e de expressão violentamente instropectiva, cavalga por entre uma comunidade que o assiste cautelosamente enquanto violenta uma mulher -e a culpa por isso (!)- e assassina a sangue frio três pistoleiros que o tentam intimidar, num suspense a deixar qualquer fã do Brian DePalma vibrado na tela. Capturando a cada plano a essência da covardia e da violência consciente de uma comunidade marcada pelo senso elusivo de sua (auto) importância, Eastwood assume junto ao protagonista uma perspectiva de resistência (ao progresso de civilização). Um filme sobre o efeito de justificativas interpessoais, talvez, O Estranho Sem Nome caracteriza essencialmente o valor narrativo e estético de Eastwood, que conduz com sutileza brutal a odisséia do homem, num ritual processual, em convivência dilacerante com outros homens. Por ser seu primeiro experimento atrás das câmeras com western, é interessante perceber que Eastwood não teme em elaborar uma estética semelhante a de seus mentores, e o fascínio aqui (e que se torna o ponto essencial de toda a filmografia do diretor) fica por conta da forma singular dele em transformar cada sequência, cada ação, cada diálogo, num exercício auto consciente, para além da subjetividade do arquétipo protagonizado por ele mesmo. Existe uma intenção puramente cinematográfica na concepção imagética do filme, seja quando o personagem surge no horizonte, ou quando, após conviver suscetivelmente a hostilidade cível daquele local, é consumido de volta pela própria imagem que o fez imergir na tela.








Para além de um tremendo exercício de Cinema, gosto de imaginar que O Estranho Sem Nome é para Eastwood o que mais tarde seria Taxi Driver para Scorsese – e isso não se resume apenas pela violência condensada de um e a explícita do outro. A pontualidade narrativa concomitante cartática e inflexível de ambos define toda a estrutura do exercício de estilo que tanto Eastwood quanto Scorsese assimilam tão cautelosamente conjunto a seus protagonistas, num retrato geracional. O estilo firme de Eastwood, influenciado pela experiência do mesmo quando ator nos westerns de Leone, dá todo o contorno desenvolvido pela mise en scène condizente a tragetória do Estranho Sem Nome até sua revelação final, quando a procura por comunidade, num eterno looping de sentimentos inacabos, se torna a base para compreender a mitologia de Clint Eastwood e a desmistificação da imagem (do homem).



*texto publicado originalmente no Ccine10, para um especial do Eastwood no mês de Maio/Junho.

O Estranho Sem Nome (★★★★)
Estados Unidos, 1973, 105 min.
De Clint Eastwood
Com Clint Eastwood, Verna Bloom, Marianna Hill, Mitch Ryan


quarta-feira, 18 de junho de 2014

[Crítica] Como Treinar Seu Dragão 2


Lembro como se fosse ontem quando meu irmão me deu de presente um vhs d’O Pateta - O filme. Era meados de 98, eu ainda não tinha tido nenhum contato com Cinema, até então. Aquele filme, tão simples, e que anos depois, numa revisão mais consciente, se mostrara bem menos singelo do que eu pensava, de imediato ganhou minha atenção. Anos e anos repetindo aquela fita, decorando os números musicais, e aprendendo com um desenho animado um pouco mais sobre respeito e amor fraterno. Aqueles personagens, sem dúvidas, foram uns dos responsáveis pela minha construção quanto indíviduo. Depois de muitos anos, e muita coisa que absorvi de filmes como Toy Story, O Rei Leão e Wall-E, as animações se tornaram basicamente um espelho moldulador do que eu pretendia ser. Buscar nos atos singelos de personagens que pareciam querer tão pouco, mas ao mesmo tempo algo quase impossível de ser conquistado, foi, ao longo dessa minha jornada cinéfila, experiência tão assustadoramente reveladora, que a identificação com aqueles personagens se resume a um processo de autoconhecimento.


Não é desdém, então, quando digo que Hollywood parece ter perdido sua áurea de maior responsável pelo amor cinéfilo infantil. Produções que parecem tão somente preocupadas em subverter lições morais, ou serem meramente o blockbuster da temporada; dá pra se contar nos dedos as animações feitas em Hollywood desde Wall-E (!) que souberam tratar suas microtramas com total honestidade, a ponto de eu conseguir criar algum tipo de laço com seus personagens. Entretanto, felizmente, existe uma parcela de realizadores de estúdio que não está preocupada somente com questões comerciais. Dean DeBlois, um dos responsáveis por Como Treinar Seu Dragão, e que agora assume sozinho a sequência –muito bem vinda, aliás- do filme, é parte dessa parcela. Sem perder aquela textura simplista do primeiro filme -que continua um dos mais irretocáveis coming-of-age já feitos-, a sequência de Como Treinar Seu Dragão trás soluções pouco menos específicas, e se volta agora para um conflito de Soluço quanto indivíduo em sociedade, e suas responsabilidades diante dela. Engendrando os conflitos interpessoais do personagem em pinceladas sutis de tradicionalismo, a direção de DeBlois é feita num piloto automático, na intenção de deixar que o personagem transite e se relacione com total liberdade e autoconhecimento. Essa faceta de DeBlois em se conter diante da personalidade do protagonista poderia soar totalmente relaxada, não fosse a singularidade do realizador em usar artifícios-arquétipos morais como um recurso estrutural do mesmo. DeBlois não esconde sua característica classicista, e a ternura de Soluço e Banguela, desenvolvida irretocavelmente lá no primeiro filme, continua sendo o elo principal para que o filme se torne inevitavelmente essa peça rara dentro do nicho. Ademais, existe aqui uma intenção para além da engenhosa metáfora do título, que reflete aquilo que eu disse no começo, sobre essa inflexão causada pelos atos brutalmente honestos desses personagens que se tornam a medida que o acompanhamos esse espelho de sentimentos tão reais. E só por não manipular minhas emoções com efeitos baratos, Como Treinar Seu Dragão já tem lugar guardado na minha memória cinéfila.

Estados Unidos, 2014, 102 min.
De Dean DeBlois
Com Cate Blanchett, Jay Baruchel, Gerard Butler, Jonah Hill, Kristen Wiig


segunda-feira, 16 de junho de 2014

2014, so far...


Tinha planejado um texto introdutório pra essa temporada de pré-listas de 2014, mas como todas as minhas tentativas de elaborar textos para minhas listas -e nunca escrevê-los quando estou inspirado-, vou ficar devendo algo mais produtivo novamente. Entretanto, posso dizer que 2014 tem sido um ano até bacana, musical e cinematograficamente falando, para mim. Descobri alguns bons discos de rap ao fuçar listas no Rate Your Music, escutei muita coisa que nunca pensei ouvir -tipo o disco do Swans, que é incrível-, além de participado ativamente do Festival de Cinema de Curitiba, que me deu uma ampla visão sobre o mercado cinematográfico e a fertilidade do cinema nacional nos últimos anos.

Dos mais de 100 álbuns escutados, videoclipes assistidos e músicas que marcaram meu ano até agora, além das indas e vindas ao cinema, segue aí o que de melhor aconteceu em 2014, so far...

DISCOS
Piñata, Freddie Gibbs & Madlib
To Be Kind, Swans
Little Red, Katy B
Encarnado, Juçara Marçal
FOOD, Kelis
Blank Project, Neneh Cherry
Peace Kehd, The Doppelgangaz
Drop The Vowels, Millie & Andrea
Mess, Liars
Salad Days, Mac DeMarco

Menção honrosa:
12 Step Program (People Under The Stairs), Benji (Sun Kil Moon), Are We There (Sharon Van Etten), Ineffable (DJ Q), III (BADBADNOTGOOD).

VIDEOCLIPES

Lookin’ Ass, Nicki Minaj
We Exist, Arcade Fire
Out of the Black (feat. Robyn), Neneh Cherry
Break The Bank, ScHoolboy Q
Double Bubble Trouble, M.I.A
Down On My Luck, Vic Mensa
Red Dust, James Vincent McMorrow
Can’t Leave The Night, BADBADNOTGOOD
Passing Out Pieces, Mac DeMarco
I Try To Talk To You (feat. John Grant), Hercules & Love Affair
Menção honrosa:
Senile (Young Money), Sayit (Röyksopp & Robyn), Plains (Jesse Boykins III), Palace (The Antlers), You’re Not Good Enough (Blood Orange)

MÚSICAS


Ciranda do Aborto, Juçara Marçal
A Little God In My Hands, Swans
Pregnant Pause, Wild Beasts
5thep, Todd Osborn
Lookin’ Ass, Nicki Minaj
I Watched The Film The Song Remains The Same, Sun Kil Moon
Out of the Black (feat. Robyn), Neneh Cherry
Mask Maker, Liars
Breakfast, Kelis
Who Do You Love (feat. Drake), YG

Menção honrosa:
Can’t Leave The Night, BADBADNOTGOOD, In The City (CunninLynguists), Aaliyah (feat. Jessie Ware) (Katy B), Better Man (Paolo Nutini), Thuggin’ (Freddie Gibbs & Madlib)

FILMES

A Vizinhança do Tigre, Affonso Uchoa
Sob a Pele, Jonathan Glazer
Branco Sai, Preto Fica, Adirley Queirós
O Lobo de Wall Street, Martin Scorsese
Praia do Futuro, Karim Aïnouz
O Lobo Atrás da Porta, Fernando Coimbra
Capitão América 2: O Soldado Invernal, Anthony & Joe Russo
Inside Llewyn Davis, Joel & Ethan Coen
Quando Eu Era Vivo, Marco Dutra
Sem Escalas, Jaume Collet-Serra
Menção honrosa:
The Dirties (Matt Johnson), The Second Game (Corneliu Porumboiu), Tudo Por Um Furo (Adam McKay), Nebraska (Alexander Payne), Como Treinar Seu Dragão 2 (Dean DeBlois)

sexta-feira, 13 de junho de 2014

[Olhar de Cinema - Festival Internacional de Curitiba]


Antes de qualquer coisa, queria abrir um parentese aqui para agradecer a produção do Festival, que esse ano abriu espaço para blogs e microblogs independentes também fazerem parte da equipe de imprensa. Também parabenizo a equipe pela excelente recepção nos dias de exibição, e aos colegas cinéfilos que tornaram a experiência sem precedentes, para além de excepcionalmente divertida. Sem dúvida, a semana do Festival foi a melhor coisa do ano em Curitiba (para mim, pelo menos). E não apenas pelos ótimos filmes nacionais (!) que vi por lá, mas também pelas conversas sobre Cinema, e a convicção de que esse universo de fato me pertence.

Tentei fazer o melhor possível com o tempo ($) que eu tinha. Ver o maior número de filmes das mostras -competitiva e curta metragem-, e encontrar tempo pra ver a retrospectiva do Kubrick, que era um evento à parte. Foram quase 25 filmes, dos mais de 90 disponibilizados pelo Festival. Apesar de uma ou outra mostra ter ficado de fora da minha programação, tentei ver um pouco de cada Olhar que compilava a estrutura do Festival. Aliás, vale ressaltar as escolhas dos filmes para este ano. Gosto muito dessa intenção de trazer filmes que provavelmente não chegariam aos cinemas comerciais, mesmo que algumas escolhas tenham sido baseadas apenas no ~choque de realidade~, do que expressamente na qualidade (o que é aquele The Green Jacket?). Mas enfim, só o fato de poder estar em contato com realizadores como Adirley Queirós e Marcelo Caetano (mesmo esse tendo roubado o gato que eu estava de olho na balada, na festa de encerramento do Festival), vale por qualquer ressalva negativa que o Festival poderia vir ter.  

Sem mais delongas, escrevi microcríticas para cada um dos filmes que vi durante as exibições, ao longo das últimas semanas, e abaixo segue um pouco do que rolou em cada uma das mostras exibidas no Festival Internacional de Curitiba. Todos são estreias em terras tupiniquins, alguns ainda vão dar o que falar ao longo do ano, outros é preferível esquecer mesmo, mas todos foram vistos e pensados com muito carinho.
  

Talvez as maiores (e mais agradáveis) surpresas do festival vieram justamente da mostra competitiva, que trouxe 12 filmes de países cinematograficamente distintos. Apesar dos bons concorrentes estrangeiros que pintaram por aqui, foram mesmos dois filmes nacionais que fizeram a cabeça de qualquer cinéfilo sã consciente. 

A Vizinhança do Tigre (★★★★★)
The Hidden Tiger
Brasil, 2014, 95 min.
Direção: Affonso Uchoa
Visto na sala 03 do Espaço Itaú



Em pleno ano de Copa do Mundo, de manifestações e do disse me disse da imprensa, Uchoa constrói um dos mais belos e humanos filmes que o Brasil já produziu, sem jamais soar oportuno. Ao tratar a rotina de jovens da periferia, sem jamais vitimizá-los ou colocá-los num pedestal social, Affonso Uchoa -tal como Adirley Queirós, de Branco Sai, Preto Fica- se torna instantaneamente porta-voz de uma geração de cineastas, que antes de qualquer noção política ou acadêmica sobre cinema, tem como vontade maior olhar clinicamente aquilo que filmam. Poder sentir na pele o que jovens como Juninho, Menor e Neguinho tem para oferecer, mostra que qualquer categoria social imposta a nós nunca vai divergir nos sentimentos que conflitamos diariamente, tão igualmente. Numa cena chave do filme, a mãe ora pelo filho e pede a Deus que o dê juízo. Um jesto, um único olhar e uma imagem eternizada pelo desejo de um dia ter seu lugar ao sol, como cidadão, e acima de tudo, como o ser humano que é. Juninho não é diferente de mim, ou de qualquer outro jovem de 20 anos. E Uchoa faz questão de deixar isso bem claro. A Vizinhança do Tigre é, por fim, um desses filmes que surgem de tempos em tempos, que ao tratar com tamanha delicadeza sentimentos tão específicos de um ser humano, se torna inevitavelmente um clássico instantâneo.

Branco Sai, Preto Fica (★★★★¹/²)
White Out, Black In
Brasil, 2014, 93 min.
Direção: Adirley Queirós
Visto na sala 01 do Espaço Itaú



Primeiro, Adirley já é herói porque faz aqui um documentário político-social/sci-fi badass. Segundo, o filme é lindo. Branco Sai, Preto Fica vem na antemão do (já saturado) cinema de fluxo, e mesmo que ainda exista algum vestígio daquela mesma estrutura consciente que fez O Som ao Redor um dos mais premiados filmes dos últimos anos, o que Adirley pretende aqui transcende qualquer desejo ou fetiche estético cinematográfico. Estamos diante de um Cinema que tem voz própria, e personagens que não são meras vítimas sociais. Aliás, o filme é muito humano, porque ao mesmo tempo que otimiza um futuro mais tolerante, ele olha para aqueles homens com tremenda serenidade, colocando a audiência como testemunhas de uma verdade que não se quer ser melhor ou maior que qualquer outra, mas que apenas deseja ser ouvida, e jamais esquecida.

L’enlèvement de Michel Houellebecq
França, 2013, 92 min.
Direção: Guillaume Nicloux
Visto na sala 01 do Espaço Itaú


Não é muito diferente das comédias francesas, que se acham inteligentes, mas no fundo são apenas preconceituosas e prepotentes, mas a persona de Michel Houellebecq –escritor famoso que fora sequestrado, mas nunca revelou o que de fato aconteceu com ele- é tão intrigante que é quase impossível não adentrar nesse universo ficcional e engenhosamente orquestrado ao que somos introduzidos por Nicloux. Coadjuvantes cativantes e uma história extrafilme que nos deixa ainda mais instigados pelas consequências da narrativa documental, o filme acaba sendo um entretenimento deliciosamente divertido de se acompanhar.

How To Disappear Completely
Filipinas, 2013, 80 min.
Direção: Raya Martin
Visto na sala 03 do Espaço Itaú


Mesmo com um grande currículum, Raya Martin exala inexperiência ao tentar desenvolver uma espécie de horror experimental lírico/sobrenatural sob a estória de uma garota acometida pelo desejo de inexistência, e pela opressão religiosa de uma pequena comunidade filipina. Apesar da pouca qualidade na diluição do suspense, é pertinente a forma como Raya Martin arrisca, sem medo, cada artifício estético qual tenta fazer parte do universo de sua protagonista. Enredo até interessante e promissor, principalmente por se ter uma protagonista como poucas dentro do já conhecido tema de coming-of-age, mas tamanhos e saturados são os maneirismos visuais/sonoros introduzidos a narrativa, que soam como um Xavier Dolan descontrolado, que a experiência de estarmos diante de um conflito real e de sintomas para além da imagem cinematográfica, fazem a essência do filme de Raya Martin perder qualquer valor narrativo –e estético, que seja- condensado com coragem.

Setembro (★★¹/²)
September
Grécia/Alemanha, 2013, 100 min.
Direção: Penny Panayotopoulou
Visto na sala 03 do Espaço Itaú


Ainda que, em seu primeiro ato, Setembro se mostre um delicioso e tocante filme a se acompanhar, a construção (in)consequente do estudo de personagem da protagonista parece acontecer do lado avesso. Penny Panayotopoulou tem em mãos uma protagonista feminina como poucas, além de uma atriz extremamente expressiva para personificar seus desejos, mas a forma como sua construção se desvenda após um ~choque de realidade~, quando seu cachorro morre, e a mesma se vê em plena solitude, é praticamente impossível sentir alguma empatia com a dor da mulher que se torna incompreensivelmente obsessiva por uma típica família suburbana, que a acolhe involuntariamente em seu momento de luto.

Zelena Kofta
Ucrânia, 2013, 104 min.
Direção: Volodymyr Tykhyy
Visto na sala 02 do Espaço Itaú



Talvez o filme mais irritante que vi em um bom tempo, toda a diluição de suspense que Tykhyy consegue criar pela atmosfera anêmica e a fotografia de cores frias nesse A Jaqueta Verde é completamente desconstruída pela apática protagonista e um roteiro que parece não saber aonde quer chegar. Carregado de clichês e efeitos de impacto, o filme soa bem mais como um parente distante e desagradável de Os Suspeitos, do que propriamente um filme que pretende chocar a audiência.


Não consegui ver todos os curtas que queria, até perdi um pedaço de Verona (do Marcelo Caetano), mas posso dizer que a competitiva de curtas só parecia promissora mesmo.

Taprobana (★★)
Trapobana
Portugal, 2014, 24 min.
Direção: Gabriel Abrantes
Visto na sala 02 do Espaço Itaú

Espécie de adaptação biográfica sobre Luís Vaz de Camões, Taprobana é uma daquelas comédias escrachadas, que de tão constrangedora e banal, acaba sendo inevitavelmente divertida.

Que je tombe tout le temps?
França, 2013, 15 min.
Direção: Eduardo Williams
Visto na sala 02 do Espaço Itaú

Vamos ser honestos, a presença de That I’m Falling na competitiva de curtas se resume em: 1) é um filme francês que esteve em Cannes; 2) tem maconha; 3) o Eduardo Williams é bonitinho.


A mostra outros olhares é prato cheio para os mais assíduos por Apichatpong Weerasethakul e hibridismo independente, que não é muito meu caso. Entretanto, curiosamente, esse ano tive umas boas surpresas com as estreias nacionais de The Dirties (Matt Johnson) e The Second Game (Corneliu Porumboiu, diretor do conceituado Quando a noite cai em Burapeste ou Metabolismo).

Os Sujos (★★★¹/²)
The Dirties
Canadá, 2013, 83 min.
Direção: Matt Johnson
Visto na -sala gelada e desconfortável da- Cinemateca

Nos últimos dez anos, dezenas de filmes e realizadores (indies) buscaram na tragédia de Columbine uma forma de explorar as relações interpessoais de adolescentes em escolas do mundo todo, seja por documentários políticos, ou experimentos cinematográficos jamais vistos antes, o cinema pós-Columbine se tornou praticamente um subgênero dentro dos filmes coming-of-age. The Dirties, do estreante Matt Johnson, é um Mumblecore acidental que, por entre todo o enredo sobre bullying e psicopatia, acaba desenvolvendo à partir da premissa do microcosmo de dois alunos, numa escola tradicionalmente hostil, um diálogo essencialmente importante para se entender toda as ideologias cinéfilas de uma geração de realizadores. Não é à toa que as referências de Johnson, que vão de Gus Van Sant à Brian DePalma numa única cena, são expostas e utilizadas como artifício narrativo explicitamente, pois, para além do prazer de ser cinéfilo de Johnson, existe em seu universo ficcional densidade que implica à The Dirties ser mais que um mero objeto de culto pop. 

The Second Game (★★★¹/²)
Ai doilea joc
Romênia, 2013, 98 min.
Direção: Corneliu Porumboiu
Visto na sala 01 do Espaço Itaú

Não conhecia Porumboiu até o começo do ano quando alguns amigos me falaram sobre Quando a noite cai em Burapeste ou Metabolismo (filme que ainda não tive tempo de ver), mas experimentar The Second Game antes de qualquer outro filme do diretor talvez tenha sido uma escolha interessante. Documentário quase metalinguístico sobre uma partida de futebol que o pai do diretor arbitrou em meados dos anos 80, o filme, que é uma espécie de exercício narrativo subjetivo, a medida que a partida se sucede, nos apresenta pouco a pouco a relação pai e filho, qual se torna o fio condutor para compreender o porquê de Porumboiu deixar seu espectador 90 minutos vendo um jogo de futebol meio uma tempestade de gelo, que ainda termina num empate de 0x0.

The Distance (★★★)
La Distancia
Espanha, 2013, 80 min.
Direção: Sergio Caballero
Visto na sala 02 do Espaço Itaú

Possivelmente dos mais bizarros e inesperados filmes que já vi até hoje, La Distancia, mesmo um filme ruim, consegue criar no espectador todas as sensações transpostas pelas imagens e ações que nelas acontecem. Uma viagem surrealista sobre desejos obscuros, qual coloca o espectador como parte vital de um experimento de desconforto, o que Caballero orquestra aqui é não menos que memorável.

Riocorrente (★★¹/²)
Riverrun
Brasil, 2013, 79 min.
Direção: Paulo Sacramento
Visto na sala 03 do Espaço Itaú

Tutorial de cinema de fluxo. Nem é ruim, só saturou já.

França/Alemanha/Estônia, 2013, 98 min.
Direção: Ben Rivers & Ben Russell
Visto na sala 02 do Espaço Itaú

Ficção documental sobre um personagem qual somos apresentados através de três momentos e geografias díspares de sua vida, A Spell to Ward off the Darkness é um desses fetiches cinematográficos sobre a existência de um indivíduo que se concentra num virtuosismo estético de imagens naturalistas extasiantes, assim como na diluição cênica de planos sequência, que mesmo belos, são sobrecarregados de prepotência. Talvez um dos filmes mais bem fotografados do festival, sem dúvida, mas o grande conflito de River e Russell está no fato de o filme nunca conseguir compenetrar completamente em seu experimento a sensação (consequente) de estarmos diante de um ser realmente marcado pela plenitude de ser.

Love, Plastic and Noise
Brasil, 2013, 87 min.
Direção: Renata Pinheiro
Visto na sala 03 do Espaço Itaú

Não só pelo fato de abraçar uma causa que não parece entender (ou respirar), mas esse filme da Renata Pinheiro é uma bagunça narrativa tremenda, excepcionalmente porque ela parece não conseguir engendrar seus personagens a ponto de o próprio elenco sobressair seus cacoetes adêmicos, que são tão inconsistentes quanto sua intenção popular sob a premissa do brega.


Apesar da falta do curta Diálogo, de Felipe André, o Festival tem meu amor só por ter trazido pra mostra o curta de um dos diretores mais promissores de Pernambuco no último ano.

Lição de Esqui (★★★¹/²)
Ski Lessons
Brasil, 2013, 25 min.
Direção: Leonardo Mouramateus & Samuel Brasileiro
Visto na sala 02 do Espaço Itaú

Para além de ser um dos mais irreverentes e divertidos filmes filmados no Brasil no último ano, Lição de Esqui ainda acha tempo pra ser um retrato singelo de amizade e uma homenagem a um dos meus filmes favoritos, Gerry (do Gus Van Sant). Sobre Mouramateus e Brasileiro, o que posso dizer é que fico no aguardo de projetos tão bons quanto esse aqui.

The Friends (★★)
Las Amigas
Argentina, 2013, 35 min.
Direção: Paulo Pecora
Visto na sala 02 do Espaço Itaú

Fotografia e filmagem p&b bem estruturadas, mas tudo aqui soa apenas bobo; ou meramente autoimportante. Nada mais.

Confesso que apesar de achar importante a mirada paranaense dentro do Festival, estava bem desanimado para conferir os curtas. Primeiro, porque deixaram de fora uns ótimos filmes (Feu, de Isabelle Jungton, é apenas um exemplo). Segundo, porque nada realmente foi surpreendente aqui.

À espera (★★★)
Waiting
Brasil, 2013, 20 min.
Direção: Felipe Aufiero Fonseca
Visto na Cinemateca 

Anotem esse nome, é só o que tenho pra dizer.

Jonni Driver (★★★)
Brasil, 2013, 15 min.
Direção: Estevan Silvera
Visto na Caixa Cultural

Não cheguei a (re)vê-lo no Festival, mas já tinha conferido esse curta do Estevan Silvera no Festival de Super 8, ano passado. Gosto bem de como ele constrói o exercício narrativo-estético na estrutura documental com base no Táxi Driver, de Scorsese. Curta que emula bem os sintomas noturnos de Curitiba, especialmente pela fotografia em contraste com as luzes cidade, além de possuir o seu João Balduíno, uma persona bastante carismática, e gente finíssima.

Caleidoscópio (★★¹/² )
Julien Guimarães, Brasil, 2014, 16 min.
Visto na Cinemateca 

Estilo nouvelle vague, Caleidoscópio seria um experimento narrativo bem mais interessante se não levasse suas intenções tão a sério. Guimarães tem fluidez e construção cênica notável, mas o desfecho me soou todo errado.

Te estraño (★★)
Brasil, 2014, 12 min.
Direção: Nathália Tereza
Visto na Cinemateca 

Te estraño seria mais divertido se, em sequência final, não melodramatizasse tanto o suspense construído pela boa estrutura do roteiro, e o bom elenco que tem em mãos.


Brasil, 2014, 15 min.
Direção: Rodrigo Grota
Visto na Cinemateca


Me chamem do que quiser por falar isso, mas acho as soluções propostas por Grota nesse filme das mais porcas e superficiais já feitas. Não consigo levar a sério um filme que emula aqueles tutoriais publicitários, e que mais parece ter sido feito pra ser uma vinheta de Em Família, ao invés de ser propriamente uma base do que o prolífero Cinema paranaense tem a oferecer.

As águas ()
Brasil/Suiça, 2014, 10 min.
Direção: Larissa Figueiredo
Visto na Cinemateca


Nunca fui um grande entusiasta do cinema do Stanley Kubrick, mesmo gostando bem de seus filmes. Quando soube da retrospectiva, pensei que era a oportunidade única para eu ver dois dos mais importantes filmes da História do Cinema numa tela grande (e pela 1ª vez ainda). Uma das experiências cinéfilas que jamais vou esquecer.

Estados Unidos/Reino Unido, 1968, 161 min.
Direção Stanley Kubrick
Visto na sala 03 do Espaço Itaú (última sessão do Festival, lotada)


O Iluminado (★★★★)
The Shining
Reino Unido/Estados Unidos, 1980, 146 min.
Direção: Stanley Kubrick
Visto na sala 01 do Espaço Itaú



"Jack: You’ve had your whole FUCKING LIFE to think things over, what good’s a few minutes more gonna do you now?"

Construção de planos das mais geniais já feitas. Jackie Nicholson cretino.



E os vencedores foram...


Mostra Competitiva Longa
• Prêmio Olhar de Melhor Filme – E agora? Lembra-me, de Joaquim Pinto, PORTUGAL.
• Prêmio Especial do Júri – Branco sai preto fica, de Adirley Queiróz, BRASIL.
• Prêmio de Contribuição Artística – Mouton (Sheep/Carneiro), de Marianne Pistone e Gilles Deroo, FRANÇA.
Mostra Competitiva Curta
• Prêmio Olhar de Melhor Filme – Verona, de Marcelo Caetano, BRASIL.
• Prêmio Especial do Júri – Der unfertige (The incomplete/O incompleto), de Jan Soldat, ALEMANHA.
• Prêmio de Contribuição Artística – Que je tombe tout le temps? (That I’m falling?/Que eu esteja caindo?), de Eduardo Williams, FRANÇA.
• Menção Honrosa – La llamada (A chamada), de Gustavo Vinagre, BRASIL.
Mostra Novos Olhares
• Prêmio Novo Olhar – Kutchi vahan pani wala (From Gulf to Gulf to Gulf/De golfo em golfo em golfo), de Shaina Anand e Ashok Sukumaran, ÍNDIA.
• Menção Honrosa – Die zeit vergeht wie ein brüllender löwe (O tempo passa como um leão que ruge), de Philipp Hartmann, ALEMANHA.
Prêmio Olhares Brasil
• Prêmio Olhares Brasil para Melhor Curta Metragem Brasileiro da Mostra Competitiva e Outros OlharesLição de esqui, de Leonardo Mouramateus e Samuel Brasileiro.
• Prêmio Olhares Brasil para Melhor Longa Metragem Brasileiro da Mostra Competitiva, Outros Olhares e Novos Olhares – Branco sai preto fica, de Adirley Queiróz.
Prêmio da Crítica
• Prêmio da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema – A Vizinhança do Tigre, de Affonso Uchoa, BRASIL.
Prêmio do Público
• Longa-metragem: La mia classe (My class/Micha classe), de Daniele Gaglianone, ITÁLIA.
• Curta-metragem: Coice no peito, de Renan Rovida, BRASIL.
Concurso de Pitchings – Programa de Desenvolvimento de Projetos Audiovisuais 2014
• Projeto: Horizonte, de Jessica Candal, BRASIL.
Novamente, agradeço a equipe organizadora pela oportunidade oferecida e a confiança. Nos encontramos no ano que vem! ;)